Património Cultural Imaterial da Raia (Alentejo e Extremadura)

Seminário Olivença

16 e 17 de Novembro de 2021

Dia 16 de Novembro (terça-feira)

Manhã (11h-14h) Hora Local

Mesa 1 – Institucional

Alcalde do Ayuntamento de Olivença

Titular da Cátedra Unesco/UÉ

Directora do CIDEHUS

Directora Regional de Cultura do Alentejo

Secretária Geral de Cultura da Junta da Extremadura

Mesa 2 – Estudos Etnográficos da Raia: gastronomia, etnomusicologia, piedade popular

Aurélio Lopes (Moderador) – Religiosidades e ofertas votivas: efemeridades e persistências

Miguel Angel Vallecillo – Aproximación al estudio de la piedad popular en la Raya. El caso de Olivenza

Natália Pires – Canciones de columpio e romanceiro: interseções e memóri]a(s)

Debate

Tarde (16h30-18h30 Hora Local)

Mesa 3 – Conto e Literatura popular da Raia

Cláudia Sousa Pereira (Moderadora) – Contar, contarmo-nos: quando ao longo da rua os números pares e ímpares se confundem

Rui Arimateia – A função de mais humanidade através do acto de contar e de escutar um conto tradicional

Francisco Gadella  –  La poesia en la Raya/A poesia na Raia

Debate

Dia 17 de Novembro (Quarta-feira)

Manhã (11h-14h) Hora Local

Mesa 4: Falares da Raia

Maria Filomena Gonçalves (Moderadora) – O Barranquenho como língua raiana: caminhos da preservação e reconhecimento oficial

Xosé Henrique Costas – A revitalização das falas luso-espanholas de fronteira

Teresa Simão – O Falar de Marvão/ Valencia de Alcántara – ancestral elemento de união

Debate

Mesa 5: Normativos de PCI com aplicação na Raia

Eduardo Machado (Moderador) – A minha mãe disse que tinha que falari en portugué porque senão não parecia filho da mesma mãe

Ismael Sánchez Exposito e Carlos Calderón Torres – La gestión del património cultural inmaterial en Extremadura

Aires de Carvalho – Uma cidadania ativa para a preservação dos patrimónios: o caso da rede de Centros e Clubes UNESCO

Debate

Tarde (16h30-18h30 – Hora Local)

Mesa 6: Museus da Raia e o PCI

Filipe Themudo Barata (Moderador) – Os patrimónios de fronteiras. Notas sobre políticas públicas de salvaguardai

Hugo Guerreiro – A ação do Museu Municipal de Estremoz nos processos de salvaguarda e valorização do património cultural imaterial da região

Laura Tirado – El legado del PCI en el Museo Etnográfico Textil de Plasencia

José Calado – Sobre a valorização do Património Vitivinícola transfronteiriço: os museus de Redondo (Alentejo) e Almendralejo (Extremadura)

Debate

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Não são necessárias inscrições prévias.

O evento será presencial e será transmitido em direto.

E-mails de contacto: culturaportuguesaolivenza@gmail.comjoaobrigola@gmail.com 

Organização: Cátedra Unesco/U. de Évora e Ayuntamento de Olivença

Local: Convento de S. João de Deus (Convento de S. Juan de Dios)

Arquivos da Cidade

Arquivos de Cidades, é um trabalho de investigação iniciado em 2019 e que tem como objectivo a criação de uma série de publicações sobre arquivos relativos a património construído em cidades de origem portuguesa.

O projecto procura criar uma interpretação contemporânea e mais inclusiva sobre esse património mas também no domínio do património imaterial, tendo como contexto inicial de investigação o Acervo do Arquivo do Serviço Internacional da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e anteriormente o trabalho relativo à publicação Património de Influência Portuguesa no Mundo ( FCG). A este Arquivo juntam-se outros acervos nacionais e internacionais procurando desse modo a construção de uma diferente leitura sobre um legado que é hoje comum. 

Arquivos de Cidades convida fotógrafos de cada país a fotografar a relação desse património com as dinâmicas atuais da cidade e espaços onde está inserido. Desse modo deseja-se tornar a história um palco vivo e táctil a todos os que o vivem mas que também o interpretam.

A coleção Arquivos de Cidades articula-se em 4 volumes, cada um dedicado a quatro monografias de cidades, sendo que em cada ano será lançado um volume bilingue (português e francês) e com tradução para árabe dos textos mais significativos. 

A publicação representa igualmente um processo de trabalho, em que as reflexões de cada autor, com a sua linguagem de observação sobre a história, sobre os edifícios e os lugares, participam numa leitura das cidades como organismos de composição arquitetônica, histórica, política, mas também estética e social e onde a fotografia adquire uma renovada importância. 

Arquivos de Cidades não é uma publicação sobre metáforas revivalistas, mas surge antes como uma oportunidade para questionar como essas estruturas edificadas, podem agora convocar uma urgência de requalificação criando também uma nova dimensão de cidadania, mais global, mas também mais próxima e unificadora. 

Apoiam desde já este projecto, o CIDEHUS, a Cátedra UNESCO em Património Material e Imaterial da Universidade de Évora e a Cátedra University City of Macau, também da Universidade de Évora. A coleção será publicada pela editora Caleidoscópio e conta com o apoio institucional da Fundação Calouste Gulbenkian.

A equipe é constituída pelos docentes, João Rocha, Filipe Themudo Barata e a bolseira Francisca Queiroz

Querença, Aldeia Internacional da Etnografia e Antropologia por Dois Dias

Estudos de Manuel Viegas Guerreiro mobilizam encontro de investigadores de conceituadas universidades nacionais e estrangeiras, como a Sorbonne Nouvelle, Paris e a Universidade Goethe, Frankfurt.

A pequena aldeia de Querença, em Loulé, recebe no fim de semana de 18 e 19 de setembro o seminário “Manuel Viegas Guerreiro: o percurso e a filosofia de um humanista e antropólogo”, no auditório da Fundação Manuel Viegas Guerreiro (FMVG).

Além do cruzamento de pesquisas por parte dos investigadores convidados e do debate em torno do pensamento e obra de Manuel Viegas Guerreiro, está prevista a apresentação do projeto coordenado por Maciel Santos: a edição de um livro com a chancela da FMVG e do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP). Este junta os apoios da Câmara Municipal de Loulé (CML) e do CIDEHUS – Centro Interdisciplinar de História, Cultura e Sociedades da Universidade de Évora.

O acervo de Manuel Viegas Guerreiro (1912-1997)* reveste-se de enorme potencial e importância para a história regional, nacional e internacional, e para o aprofundar do conhecimento sobre os saberes etnográficos. Simultaneamente apresenta assinalável valor patrimonial pela pluralidade de materiais que integra. Entre eles, livros, relatórios, artigos, documentos manuscritos, fotografias, slides e bobines com registos captados em território africano e nacional.

O seminário decorre do processo de tratamento técnico, organização, digitalização, salvaguarda e divulgação deste espólio.

A futura edição reunirá as notas do etnólogo nas missões em Angola, bem como o relatório no âmbito da “Missão de Estudos das Minorias Étnicas do Ultramar”. Sucede a “Cadernos de Campo – Manuel Viegas Guerreiro, Moçambique, 1957”, coordenado por Luísa Martins e publicado pela Fundação em 2016.

No encerramento, será inaugurada a exposição itinerante “Boers de Angola, 1957” constituída por um conjunto de 27 fotografias de Manuel Viegas Guerreiro, que revela famílias, casas, palheiros, carroças, animais e todo o contexto quotidiano dos “Afrikaners”. Estes descendentes de antigos holandeses – que tinham aportado na África do Sul nos séculos XVII e XVIII – migraram por várias vezes rumo ao sul de Angola, apesar de a maioria ter retornado. A exposição resulta de uma parceria com o CIDEHUS.

Destaque ainda para a apresentação do projeto de quatro alunos finalistas da Escola Secundária João de Deus, em Faro: o “Museu Digital” concebido a partir da coleção de peças africanas doada por Viegas Guerreiro ao antigo Liceu de Faro, onde foi professor entre 1948 e 1950.

O programa prolonga-se ao longo de dois dias. No entanto, face aos objetivos do seminário e à atual conjuntura de pandemia devido à Covid 19, existirão apenas duas sessões abertas ao público. No dia 18, um Jantar-Conferência com a palestra “Sobre a filosofia humanista de Manuel Viegas Guerreiro, proferida por Egídia Souto, investigadora do CREPAL Sorbonne Nouvelle, do CEAUP e do Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP).

No dia 19, “Escavar a Fala: Viegas Guerreiro e Varejota à luz de Martin Heidegger” por Luísa Monteiro, professora de ensino superior e escritora, também moderadora dos trabalhos ao longo do seminário.

A inscrição na sessão de dia 19 é gratuita mas limitada, de acordo com as regras da DGS.

A conferência está marcada para as 12h00, no auditório da Fundação. Já o jantar-conferência terá lugar no dia 18, no restaurante junto ao adro da Igreja e requer inscrição no valor de €28. Tem um limite de 15 pessoas.

As inscrições para as conferências e outras informações podem ser obtidas através do email fundação.mvg@gmail.com.

No seminário, estarão representados os centros de investigação CIDEHUS, CEAUP, CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e CREPAL da Sorbonne Nouvelle. Também a Cátedra Unesco, Évora, o Instituto de Filosofia da FLUP, o Instituto de Antropologia Frobenius da Universidade Goethe de Frankfurt, o Arquivo Nacional do Som e a pHneutro – Conservação preventiva e restauro. O encontro tem o apoio da Câmara Municipal de Loulé e União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim. Acontece em Querença, no interior do Algarve, território de baixa densidade populacional, a partir do qual a FMVG produz e promove uma cultura de pensamento crítico e de exercício da cidadania, imbuída dos princípios do conhecimento, da inclusão e da multiculturalidade.

*Figura singular da cultura, o etnólogo e antropólogo estudou como poucos a tradição popular portuguesa. Nasceu em Querença e doutorou-se em Etnologia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde foi professor catedrático. É na FLUL que se encontra alojado o Centro de Tradições Populares Portuguesas Manuel Viegas Guerreiro. Discípulo de José Leite de Vasconcellos, Manuel Viegas Guerreiro desenvolveu importante investigação junto de tribos em África. Após a reforma, fundou os Estudos Gerais Livres (ensino não formal gratuito), juntamente com o filósofo e amigo Agostinho da Silva. Deixou-nos vasta bibliografia publicada, entre monografias e artigos científicos. O seu escritório de Paço de Arcos, Lisboa, encontra-se reproduzido em Querença, no edifício paralelo à Fundação erigida em seu nome. É lá que se encontra a biblioteca particular do Mestre.

Para mais informações contactar:
Fundação Manuel Viegas Guerreiro 
EMAIL | fundacao.mvg@gmail.com
TEL | + 351 289 414 213
COORDENADAS GPS
37°11'53.2"N 7°59'13.9"W