Falado na vila alentejana de Barrancos, o Barranquenho é fruto do contacto entre variedades meridionais do Português e do Castelhano, numa comunidade híbrida.
O estudo do património oral de Barrancos visa contribuir não só para o conhecimento dos efeitos do contacto daquelas duas línguas românicas mas sobretudo para o reconhecimento da riqueza da diversidade linguística e cultural em territórios de baixa demografia e isolamento.
Desde 2017 está em curso um Programa de Preservação e Valorização e Língua e Cultura Barranquenhas.
A Cátedra UNESCO tem vindo a trabalhar com a Câmara Municipal de Barrancos no sentido de preservar e valorizar o património oral da vila, que é um caso único na Península e na Europa.
Entre as várias atividades desenvolvidas ao longo do tempo, refiram-se o Congresso Internacional “O barranquenho: ponte entre línguas e culturas passado, presente e futuro”, que se realizou em Barrancos, a 2 de Junho de 2017, e a edição do livro O Barranquenho como língua de contacto no contexto românico, por Maria Filomena Gonçalves e María Victoria Navas, assim como os artigos em revistas de prestígio, como Revista de Lingüística Galega (nº 12, 2020), Revista d’Estudis Romànics (nº 43, 2021), Revista Internacional de Lingüística Iberoamericana – RILI (nº 42, 2023).
Nos últimos anos, a investigação levada a cabo por membros da Cátedra contribuiu para a discussão pública à volta do estatuto do Barranquenho, facultando pareceres à Assembleia da República, que acabou por aprovar a Lei nº 97/2021 (Reconhecimento e proteção do Barranquenho e da sua identidade cultural).
O Barranquenho tem sido objeto de uma política e planificação linguísticas, com medidas de preservação e valorização, como a elaboração de umas Bases para uma Convenção Ortográfica do Barranquenho, uma gramática e um dicionário, mas também de trabalho com as autoridades locais, a comunidade em geral e, em especial, com a comunidade escolar.
Depois de anteriores incursões na comunidade, em março de 2024, foi realizado um workshop (3 aulas) de escrita em Barranquenho com alunos dos 7º, 8º e 9º anos do Agrupamento de Escolas de Barrancos.
Galeria de Imagens





Equipa da Cátedra UNESCO: Maria Filomena Gonçalves e Filipe Themudo Barata
Financiamento: Câmara Municipal de Barrancos
Duração: 2017-Presente
