Livros de Membros da Equipa e Colaborações

Os Dialectos das Imagens: Discursos do Sagrado e do Profano

Lopes, Aurélio e Serrão, Vitor (2022). Os Dialectos das Imagens: Discursos do Sagrado e do Profano. Caleidoscópio, ISBN 978-989-658-757-4

As agendas da História da Arte e da Antropologia encontram-se num território comum que é o mundo vivenciado das imagens, onde o sagrado e o profano sempre residiram. A primeira precisa da segunda: o olhar antropológico que alargue o estudo da arte, que seja estético e afectivo ao mesmo tempo, apto a reabrir memórias, explicar tradições e enfrentar o eterno dilema entre poder e fragilidade, entre tempos de iconofilia exaltante e fases de iconoclasma e esquecimento. Defende-se uma Antropologia das Artes capaz de ir mais longe na busca de saberes primordiais. As imagens desafiam-nos a perceber as suas razões de ser, as suas dimensões utilitárias, a sua assunção do sagrado e a sua perene força aurática. o propósito deste livro escrito a quatro mãos foi, assim, verificar que as imagens sacras sempre acumularam capacidades estéticas e afectivas a reforçar o seu sentido discursal: são instrumentos de diálogo em aberto, que anseiam pela disponibilidade de um olhar cúmplice. Como afirmou Hans Belting, as imagens são como nómadas que se deslocam no tempo, de um medium para outro. Mas, em segredo, continuamos a acreditar no que elas nos dizem.

Disponível em: https://caleidoscopio.pt/products/os-dialectos-das-imagens-discursos-do-sagrado-e-do-profano?variant=41238718513252


Architecture Tourism and Marginal Areas. Research and Design Proposals

Rocha, João., Bertini, Viola (Editores, 2020). Architecture Tourism and Marginal Areas. Research and Design Proposals. Siracusa: LetteraVentidue, ISBN 978-88-6242-342-7

Qual é o papel da arquitetura na valorização do turismo numa região? Como é que a visão do arquiteto pode incentivar a reactivar regiões em desenvolvimento, considerando a relação entre arquitectura, património, turismo e paisagem? Como é que os processos arquitetónicos e paisagísticos do projeto podem contribuir para a reinvenção das áreas marginais, promover uma reflexão sobre o sentido de lugar e sobre as necessidades expressas pelos visitantes, priorizando os objetivos da região e dos seus habitantes? O livro tenta responder a estas questões, propondo interpretações e metodologias de intervenção arquitetónica. Os doze ensaios reunidos representam os resultados de pesquisas recentes realizadas por académicos e arquitectos, investigando, do ponto de vista de análises históricas, territoriais, arquitetónicas ou arqueológicas, as possibilidades de realizar intervenções arquitetónicas contemporâneas em áreas que são considerados marginais. A maior parte dos textos apresentados centra-se na região do grande Mediterrâneo que, na visão de Fernand Braudel, a qualifica como uma área de forte unidade, onde a arquitetura e a arqueologia são ferramentas e metáforas capazes de tecer relações entre as várias dimensões da paisagem. A necessidade de se pensar sobre o passado e de pensar o futuro é o que une a pesquisa apresentada, onde a arquitetura se torna veículo de uma identidade que, sendo cada vez mais plural, não pode perder a sua anterior memória.

Disponível em: https://www.letteraventidue.com/en/prodotto/425/architecture-tourism-and-marginal-areas


Atlas Marrakech Musei per la città storica

Ferrari, Marco.,Rocha João., Ferrara, Pietro. Atlas Marrakech Musei per la città storica (2020).  Napoles: Clean Edizioni. ISBN: 978 88 8497 709 0

O livro Atlas Marrakech. Musei per la città storica, sintetiza investigação histórica e de projecto realizada sobre a cidade de Marrakech e representa o resultado da lecionação de uma Unidade Curricular de Projeto na Università Iuav de Veneza. O livro, contem também textos dos três autores, Marco Ferrari (Iuav), João Rocha e Pietro Ferrara (UÉvora /Iuav); tem prefácio do Prof.Filipe Themudo Barata (UÉvora), do Prof. Armando Dal Fabbro (Iuav), e um ensaio do historiador Hamid Triki. A publicação bilíngue (Italiano e Francês) teve o apoio do Centro de Investigação CIDEHUS do Iuav e da Cátedra UNESCO em Património Imaterial e Saber Fazer Tradicional.

Marrakech, cidade e arquitetura; Marrakech cidade e literatura; Marrakech entre Oriente e Ocidente, são os temas que contextualizam a pesquisa para este livro, onde o recurso a documentos de arquivo, cartografia, fotografia (Maison de la Photographie de Marrakech), e de elementos desenhados, convocam uma reflexão sobre a relação extraordinária que a arquitetura desta cidade tem com o lugar, com a sua medina, com os seus jardins, com o fluxo de uma população antiga, berbere, muçulmana, judaica, e europeia. O livro propõe também uma reflexão sobre a relação da arquitetura contemporânea com a cidade histórica, sobre o acto de se realizar arquitetura como um elemento de coesão social, como um elemento de criação de identidades plurais. O livro As Vozes de Marrakech, de Elias Canetti, que veio a posicionar a “cidade vermelha” no caminho da globalização, permite agora outras leituras e interpretações da cidade, onde a importância, da (re)invenção de espaços museológicos, como momentos abertos à cidade, se tornam prioritários. Neste contexto Atlas Marrakech. Musei per la città storica mostra também os projectos académicos realizados para espaços adjacentes a três significativos monumentos da cidade: a mesquita Koutoubia, a Qubba Al Barundiyyin e o Palácio Al Badi.

Edição: Clean Edizioni, Nápoles, Itália. Disponível em: https://www.cleanedizioni.it/collane/abitare-il-futuro-inhabiting/atlas-marrakech-detail.html


Glossário Dizeres

O Glossário do projecto Dizeres (Recolha, documentação e preservação de vocabulário usado pelas comunidades de Sines) resulta da recolha de vocábulos realizada em documentos de arquivo, bibliografia local, entrevistas, sessões presenciais com pessoas da comunidade e um formulário online através do qual todos os interessados puderam contribuir. 

Reuniram-se 625 unidades vocabulares, a partir das quais foram selecionados 239 vocábulos considerados significativos para as comunidades de Sines. Para cada vocábulo apresentam-se citações dos falantes e, sempre que possível, estão relacionadas imagens (fotografias e ilustrações) encontradas no Arquivo Municipal de Sines, no fundo da Câmara Municipal ou em coleções de munícipes. 

Através desse glossário, o contexto do vocabulário de Sines está preservado, podendo ser consultado e utilizado para investigação ou por simples curiosidade.

O Glossário Dizeres pode ser descarregado aqui


Género e interioridade na vida religiosa: conceitos, contextos e práticas

João Luís Fontes, Maria Filomena Andrade e Tiago Pires Marques (coord.), 2017, Género e interioridade na vida religiosa: conceitos, contextos e práticas, Centro de Estudos de História Religiosa, Universidade Católica Portuguesa, 242 págs., ISBN 978-972-8361-77-8

«Este livro reúne onze textos inéditos focando aspetos da vida religiosa de mulheres e homens, no universo católico europeu, em diferentes momentos históricos, da Idade Média à contemporaneidade. Sucedendo ao volume publicado nesta coleção com o título Vozes da Vida Religiosa Feminina. Experiências, Textualidades e Silêncios (séculos XV – XXI), estes textos aprofundam a análise das práticas religiosas associadas a um certo exercício da vida espiritual ou “interior”.(…)» (da introdução)


Museus e Diversidade Cultural: Da Representação aos Públicos

Carvalho, Ana (2016) Museus e Diversidade Cultural: Da Representação aos Públicos, Caleidoscópio, Casal de Cambra.

Na Europa a realidade sociodemográfica das cidades tem vindo a mudar substancialmente nas últimas décadas devido à intensificação dos fluxos migratórios e dos efeitos da globalização. Hoje os espaços urbanos são cada vez mais multiculturais, evidenciando diferentes expressões culturais, mas também tensões várias. Como podem os museus contribuir para a discussão sobre diversidade cultural e migração? Que políticas museológicas desenvolvem em torno da diversidade cultural e do diálogo intercultural? Que contributos e iniciativas promovem?
Este livro explora as relações que os museus estabelecem com comunidades e grupos associados à imigração, a partir de três estudos de caso: o Museum of World Culture (Suécia), o World Museum Liverpool (Inglaterra) e o Museu Nacional de Etnologia (Portugal). A autora analisa as estratégias desenvolvidas com as comunidades e grupos numa dupla perspectiva, por um lado, enquanto participantes na construção de narrativas contemporâneas sobre património cultural (material e imaterial) e identidade e, por outro lado, enquanto públicos locais no contexto de estratégias de captação de públicos diversos. Uma abordagem histórica dos percursos e contextos institucionais de cada um dos museus revelou as suas especificidades e diferenças, enquanto o balanço comparativo perspectivou problemas e motivações partilhados.
Os museus etnográficos estão entre os museus que mais desafios têm enfrentado nas últimas décadas e onde o tema da diversidade cultural interpela de forma transversal as várias frentes de actuação – desde as colecções, à documentação e investigação, às exposições, ao envolvimento de públicos e comunidades, à deontologia, à gestão e ao financiamento. Como demonstra esta obra, a contemporaneidade convoca mudanças significativas na forma como os museus se organizam e no fortalecimento da sua função social.


Les vocabulaires locaux du «patrimoine»

Julien Bondaz, Florence Graezer Bideau, Cyril Isnart, Anais Leblon (Eds.), Les vocabulaires locaux du «patrimoine»  Traductions, négociations et transformations, Series: Freiburger Sozialanthropologische Studien/Freiburg Studies in Social Anthropology/ Etudes d’Anthropologie Sociale de l’Université de Fribourg, Bd. 42, 2014, 232 S., 39.90 EUR, br., ISBN 978-3-643-80179-1

Le souci du «patrimoine» constitue aujourd’hui une activité universelle dont la diffusion est soutenue par les grandes organisations internationales. Elle produit chaque jour de nouveaux espaces de contacts entre les doctrines occidentales et le reste du monde. Mais que sait-on au juste des terminologies et des pratiques de conservation qui fonctionnent en dehors des canons occidentaux?

Ce livre s’attache à décrire et comparer les vocabulaires indigènes du «patrimoine», en montrant la diversité des conceptions locales et leur dialogue avec les politiques internationales. Se révèlent ainsi les ajustements et les oppositions linguistiques et pratiques que les acteurs activent, depuis leurs propres lieux, pour distinguer ces biens singuliers que nous appelons «patrimoine».


Os Museus e o Património Cultural Imaterial: Estratégias para o Desenvolvimento de Boas Práticas

Carvalho, Ana (2011) Os Museus e o Património Cultural Imaterial: Estratégias para o Desenvolvimento de Boas Práticas, Edições Colibri,196 p.

Livro publicado pela Universidade de Évora (CIDEHUS) através das Edições Colibri. Tem o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC).

Recensão crítica:
Ana Botas, « Ana Carvalho – Os Museus e o Património Cultural Imaterial: Estratégias para o Desenvolvimento de Boas Práticas », MIDAS [Online], 2 | 2013, posto online no dia 03 Abril 2013, consultado no dia 11 Dezembro 2013. http://midas.revues.org/292

Link para um artigo adicional da autoraOs museus e o Patrímónio Cultural Imaterial. Algumas considerações

Disponível na plataforma OpenEditionBooks em formato digital: http://books.openedition.org/cidehus/2476


Le Régime UNESCO. Discours et pratiques alimentaires en Méditerranée, Volume III

Marques da Silva, António José (2016) Lé Régime UNESCO. Discours et pratiques alimentaires en Méditerranée, Volume III, Create Space • Charleston USA, 224 pp.

Le 4 décembre 2013, Bakou accueille la 8e session du Comité intergouvermental de sauvegarde du patrimoine culturel immatériel de l’UNESCO. Des experts venus des quatre coins du monde assistent dans une ambiance solennelle à la présentation de la demande d’adhésion du Portugal, de la Croatie et de Chypre à la proposition de classement de la diète méditerranéenne sur la Liste représentative du patrimoine immatériel de l’Humanité, approuvée trois ans auparavant. Abulfas Garayev, qui préside la session, s’adresse à l’assemblée et, juste avant de prendre connaissance de la décision du collectif, ce dernier ajoute spontanément qu’il ne voit personnellement aucune objection à cette demande parce que « nous aimons tous beaucoup la cuisine méditerranéenne» ! Les représentants des autres nations semblent unanimes sur ce point puisque la demande d’inscription est approuvée sur-le-champ sans aucune objection, ni discussion.

L’auteur interroge tout au long de ce livre les raisons du consensus actuel autour de la patrimonialisation du régime alimentaire méditerranéen, qui de simple objet du discours scientifique, s’est aujourd’hui converti en patrimoine culturel immatériel et participe désormais à ce titre à la construction de l’identité des communautés méditerranéennes. Plutôt que de retracer l’histoire de la reconversion de ce modèle alimentaire scientifique en « régime UNESCO », l’auteur adopte ici une démarche généalogique, qui l’amène à reconnecter cet élément récemment assimilé par le discours patrimonial avec d’autres séries d’évènements, de documents et d’idées, parfois distants dans l’espace et le temps qui configurent son existence sociale présente. Cette approche n’intéresse pas seulement ceux qui veulent mieux connaître les raisons de l’inscription de la diète méditerranéenne sur cette liste. Ce cas d’étude intéresse également à ceux qui aimeraient mieux comprendre les causes du profond changement de paradigme qui a bouleversé les politiques patrimoniales de cette institution onusienne au long de ces dernières années, sans lequel le classement de la diète méditerranéenne sur la liste de l’UNESCO n’aurait jamais eu lieu.


La Diète Méditerranéenne

Marques da Silva, António José (2015) La Diète Méditerranéenne | Discours et pratiques alimentaires en Méditerranée, Volume II, Editions-Diffusion L’Harmattan, Paris, 250 pp

Les campagnes d’information nutritionnelle organisées régulièrement par les organismes officiels de la Santé, nous encouragent à adopter un régime alimentaire plus frugal, pauvre en viande et riche en fruits, en légumes et en céréales. On nous présente souvent ce changement profond de nos habitudes alimentaires comme une espèce de retour à un régime originel de la civilisation occidentale, qui aurait été perpétué de manière inaltérée depuis toujours par les habitants les plus pauvres de la Méditerranée. Le récent classement de cette diète traditionnelle sur la Liste Unesco du Patrimoine Immatériel de l’Humanité représenterait-il & agrave; ce titre une nouvelle étape d’un mouvement général de réconciliation grâce à la reconnaissance par les scientifiques d’un savoir vernaculaire très ancien ? L’auteur de ce livre défend l’idée que, suite à des études épidémiologiques menées à bien en Italie, en Grèce, en Espagne et en Yougoslavie après la Seconde Guerre mondiale, la diète méditerranéenne, telle que nous l’entendons aujourd’hui, fut réinterprétée par les épidémiologistes de l’après-guerre à l’aune d’un idéal végétarien, dont l’origine se situe outre- Atlantique, un siècle auparavant, ce qui l’amène à appréhender sous un nouvel angle la façon dont ce régime participe actuellement à la redéfinition des traditions alimentaires dans les pays méditerranéens.


Um Oriente a Oriente do Oriente

José Carlos Tiago de Oliveira, Um Oriente a Oriente do Oriente, 2015, Chiado Editora, Colecção: Viagem Filosófica,176 p.

Fazia já noite. Bruxuleavam candeias. Estávamos os três ao balcão, de pé. Andrajoso eu, como é normal entre os despojos de europeus, que arribam nas Antilhas, os dentes cariados, o rosto deformado do álcool e da sífilis, Gerbet, de fino bigode, como os ilhéus, e Mme Tilly, de vestido às flores, bem vincado. Trocávamos notas por moedas. A senhora encarou-me com surpresa. E disse então: “Conhecia-o já, de vista, mas não imaginava que fosse professor. E decerto um homem simples, da têmpera do nosso Apóstolo Paulo, que sempre soube passar despercebido entre os gentílicos. Romano entre os romanos, gálata entre os gálatas!” (excerto do livro)

José Carlos Tiago de Oliveira, matemático, professor e ensaísta é também colaborador da Cátedra UNESCO. Como coordenador do programa Erasmus Mundus Mobility with Asia EMMA WEST 2013 e adjunto de EMMA EAST 2014, está ativamente envolvido em implementar esquemas de mobilidade individual para académicos vindos de países parceiros da Ásia.

O link para o miolo do presente livro foi concedido pelo autor.


O Falar de Marvão – Pronúncia, Vocabulário, Alcunhas, Ditados e Provérbios Populares

Teresa Simão (2011) O Falar de Marvão – Pronúncia, Vocabulário, Alcunhas, Ditados e Provérbios Populares, Edições Colibri, Lisboa, 302 pp.

A obra concentra um estudo do Falar de Marvão, um concelho de raia do Alto Alentejo, integrado nos dialectos portugueses centro-meridionais (variedade da Beira Baixa e Alto Alentejo). Dada a conhecer a bibliografia referente aos estudos dialectológicos realizados no distrito de Portalegre até 2010 e caracterizado o concelho de Marvão, são apresentados os principais aspectos fonético-fonológicos, morfo-sintácticos e lexicais deste falar.